sábado, 5 de novembro de 2011

Do estágio - aventura quanto à escolha.


Por que escolher, se você pode ir?

           Bem, as histórias começam com um desejo e continuam por uma vontade. O desejo, pois bem, não era meu. O desejo apenas cresceu depois que Elaine – responsável pela procura da escola – me apontou as possibilidades de escolha dentre as que ela visitou e que a ela pareceu propícias a nos aceitar. Então, eu meio que não escolhi, apenas fui. Mas não um ir sem vontade, muito pelo contrário, a vontade era muita de conhecer o futuro lugar onde gladiaríamos contra a desvontade ou o simples desquerer. Contudo, para mim, não foi fácil escutar que me deslocaria uma hora de casa todos os dias. Observando que não procurei, achei. No dia, estava indisposta e para completar meu filho não estava muito bem, então, solução: ???, aceitar???, aceitei! E ficamos no Sebastião Fernandes – curioso como ninguém nunca bota, na prática, o último nome do colégio; é quase um fantasma abstrato.
          Voltando ao desejo, este cresceu depois que conheci o pessoal e, é claro o amabilíssimo diretor Daniel; pude ver que o ambiente seria maravilhoso e a vontade aliou-se nesse instante ao desejo de voltar a exercer a minha profissão: comungar ato de fé com o conhecimento e com as novas mentes que se abriam à experiência.
          Todavia, Elaine escolheu não pelas condições físicas ou pelo material que nos serviríamos quando em prática, não, ela escolheu, ou melhor, escolhemos pelo importante fato de na primeira entrevista ela ter sido bem tratada, porque houve escolas em que, segundo ela, mal a receberam. E obviamente não iríamos querer ficar em um ambiente, de cara, hostil como esse.
           Ademais, experiência, para mim, é sempre experiência, pois, partindo de onde comecei todas as realidades são fichinhas e ainda são acompanhadas de música – de cadeira quebrando, de porta voando, de bala furando – dessa forma, o ambiente de pouco me importava, estava mais interessada na aventura. Obviamente, não seria a mesma coisa que pegar a turma e ser sua única referência por aquele ano; lógico que não. Íamos com a mente certa de que seríamos passageiras e que pouco ou nada faríamos de diferença naquele ambiente escolhido, mas a pretensão era justamente ir, então fui.
         Portanto, para quem não escolheu, fui por tempo suficiente para experimentar situações, situações essas que nunca me esquecerei, situações que se gravaram no compêndio de minha vida, de onde certamente extrairei o certo e abandonarei sob a poeira os comportamentos e posturas duvidosas à saúde mental de minha postura como amante daquilo que me despus desde sempre a fazer: educar, trocar figuras em conhecimento. Logo, das escolhas que fiz, não sei se foram das mais acertadas, mas até as ruins... destas tirarei lições importantes ao meu futuro, e espero que sem culpas, dessa vez, por escolha, e não, simplesmente, me abandone ao ir à qualquer lugar, sonhando letras e acordando despachos em números. 

Shannya Lacerda,
Natal, 05 de novembro de 2011.