quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

O caso da terra




A ponta da estrela mais forte
lança-se no vale mais doce
É imperativo que ribombe
– o vale que aceite
os montículos desnudam seus picos
Toda a energia da estrela
deita-se, amassa-se sobre a terra
A terra frágil aceita
– apenas deixa rolar as águas
Mas a estrela acabou morrendo-se
A terra em sublimação: floriu-se
esqueceu as tragédias anteriores
lembrou-se de outrora:
o brilho sorridente da estrela:
re-caiu-se de amores

Agora: só lembranças
– colheita das flores, dos frutos, dos sabores
A estrela apagou-se

A terra floriu-se,
abrigou outras estações
forneceu casa, fez festa
pra seus moradores
Vive agora dos bens,
dos campos e dos ardores
– todo dia uma estrela:
com novas pontas, vigores.


por Shannya Lacerda
Natal, 09 de novembro de 2011.