Sem saber criar passos,
acabei criando folhas,
rasgando no meu peito espaços,
por onde o verbo entra
e em estardalhaços
imobiliza, aventura-se, recria emoções
– norte das ideias, sul da razão
conjugada em lugar
nenhum
e abraçada por
todos.
Sem saber, criei passos
perseguidos como folhas
deitadas sobre as lacunas do meu peito;
espaços de vai e vens
palavras se transformando,
para dizer a razão que fique,
quando todo o resto transborda
conjugado em lugar qualquer,
abraços, entrelaços, pelo fio da teia.
Teia de meus encantos, ideias e amores.
Teia que guia meus passos
e digere minhas próprias folhas
guardadas nos espaços escuros
de meu aberto peito.
por Shannya Lacerda
Natal, 02 de março de 2012.