E agora José?
Tu criastes tudo e muitos ainda te
tem intimamente como um Mané,
a quem todos recorrem, utilizando
a monossílaba, substantiva, adjetiva,
mitológica e impregnada de valores
pronunciados pelas duas letras de
som gritante: FÉ (?)
E agora José?
Botasses tantos Zés no mundo e a eles
não importa de fato quem tu és?
E agora José?
A precariedade acional de tuas ações
recaem no mito. Saber quem fez o
quê, é difícil e o autor é um tal de Zé.
E agora José?
Tua onipotência equivale no drama
a uma trama de análises, cabendo a tu
escutar e absolutamente nada cobrar.
E agora José?
Donde anda tua presença? Se na tua
ausência ninguém propaga a fé em ti!
Oh criador...!
E agora José?
De que te valeu ter criado, tu, tantos
falsos ateus?, se vives solitário e angustiado,
esperando pela próxima choraminguela, ou
até mesmo soluço íntimo a te chegar aos
labirintos de teu pensar.
É, julgar é difícil. E se erras és o culpado;
fostes um mané igual ao Zé, que por não
ter estudo, esbarrou no homem astuto
de terno e giz que nunca escreve o que diz.
E agora José?
O defunto a ti chegou, tu irás em tua
bondade salvá-lo. E ele irá novamente
valer-se disso, te chamando por trás
do olvido: “– foi zé quem me salvou!”
E séculos e mais séculos se passarão
e teu nome perpetuar-se-á cada vez
mais confundido com aquele Zé
ingênuo lá do sertão abatido.
SHANNYA LACERDA
Natal, 06/ 05 de 2010
muito boa toda a construçao da poesia,fazendo um paralelo entre uma poesia famosa eo mundo atual,uma critica velada a uma religiosidade cega e radical,q as vezes nos cega
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