Os homens sonhavam países inatingíveis.
As mulheres sonhavam pássaros inalcançáveis
em voo, em gozo, em choro.
As crianças sonhavam-se vivas a correr,
vivas na vida de viver, vivas, vivas, vivas
a cada dia e amanhecer.
Os tiros sonhavam-se quietos,
mudos, inatingíveis.
O líquido, já rijo, sonhava-se adormecido,
vivo, mas dormente e esquecido;
latente a pulsar, vivendo
a vida de líquido a ladrar.
As nuvens sonhavam-se quentes,
mas na noite após, o incidente,
do sonho acordaram-se
frias, úmidas, sombrias.
Shannya Lacerda
Natal, 09/ 07 de 2010.
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