Num sol rotundo
vi transformar uma aquarela em profundo anil;
vi transbordar um lago;
vi tudo isso em um amanhecer de abril.
Um amanhecer carismático, doce e gentil,
nem sol nem chuva havia,
apenas palavras doces
vindas da janela, da rua,
de alguém que nem esperava,
de alguém que não sabia existir.
Mas que agora Abril me trouxe.
E por essas e outras fortunas
vejo a vida mais bela, pois é cantada
pelas manhãs sob os raios invioláveis,
adentrando eles minha janela,
sob a égide do sussurro,
sob os murmúrios do pensamento.
De qualquer forma sempre lá,
arrebatando as colunas,
as colunas de minha janela.
por Shannya Lacerda
Natal, 21/ 03 de 2011
sábado, 26 de março de 2011
sábado, 19 de março de 2011
A morte do calar
Cálido
o olhar
comporta no vazio
a contemplação
e o jazigo
dos pensamentos frios
escondidos sob
o pretexto do calar-se
diante da coragem.
Assim
é contemplativo
o gesto das faces
a procura do jazer
do último calar-se.
por Shannya Lacerda,
em 19/ 03 de 2011.
sexta-feira, 4 de março de 2011
*Tela de Leonid Afremod
Todos passam.
Passam apressados.
Não digo que não passe também.
Mas em meu passar sempre
me deixo registrar uma cor,
um movimento, um brilho,
ou algo que me cause alindamento.
Sempre todos passam.
Mas é desse passar
que retiro o meu algo do todo
a que todos passam.
por Shannya Lacerda
Assinar:
Postagens (Atom)