sexta-feira, 25 de junho de 2010



Ilusão VII


Amar, ter devaneios, criar
uma atmosfera borbulhante
e esperar o príncipe chegar;
escolher roupa, cabelo, comer...
fazer isso, aquilo só pra satisfazer

uma ideia, uma projeção
cativante de alguém; que a longos
passos não está nem aí
para o que se a de fazer ali
no espelho, na cama ou na pia,

ou até mesmo nas finas coxias.
É puro prazer mental
pensar em agradar,
pensar em mostrar uma Amélia

perfeita. Nada disso o satisfará
se não for a Sabá que encontrar.
Pode até não ser, mas pode a vênus

metamorfosear e um raio de luz
encobrir a verdade, e a Amélia
virar: a Salomé, a Helena e quantas

mais com o desejo a volúpia sonhar.
Pois é ilusão as redes que tecem
o gozo e os caprichos sexuais do coração.

Shannya Lacerda
Natal, 25/ 06 de 2010.

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