sexta-feira, 25 de junho de 2010


Oficina poética

Algo acontece, marteladas soam;
o óleo escorre, o fluído se esvai;
o amassado some, volta a se amassar
(de forma agora de fora para dentro).
É o poeta injetando a soma de plaquetas
em sua oficina substancial.

O brilho volta a sua lataria antes comprometida,
a linha volta a dar contornos suaves
ao amassado carro. O dono volta a se contentar,
o médico automotivo volta à contentar-se,
ao gozo: trouxe à luz mais um... O seu tempo,
porém, acabou. O mesmo digo ao poeta que
aqui (nesta oficina) deixou suas plaquetas,
e aqui (neste borrão branco ou cinza), sua vida.

Shannya Lacerda
Natal, 14/ 06 de 2010.

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