sábado, 5 de junho de 2010

Tautólogo

Eu repito, repito
e apenas repito
aquilo que acho
que nunca haver-se-á
dito sobre o “não dito”.

Simplesmente, o que creio
não ter sido dito
é aquilo que com certeza
me instiga a dizer.

Mas se vejo o que penso, dito:
desdigo e digo novamente
aquilo que pensava
eu ser inédito e que,
portanto me faria ter o crédito.

Ser reconhecido como gênio,
ou apenas ter o aplauso do intelecto,
seriam recompensas
a elevar o moral de meu ego,
ou o meu indiscreto eu.

No entanto, o que digo
nunca é novo!
É apenas mais uma
repetição amistosa
ou regressiva de escrever
a mesma melodia fria,
que um dia pensara eu
em escrever.

Shannya Lacerda
Natal, 21/ 04 de 2010.

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