sábado, 24 de julho de 2010

Elogio à poética Kandinskiana

Ao pintor Wassily Kandisnky


Como a Academia prendê-lo-ia
se tal forma nele não intuía
o sopro de vida nas inusitações
e sensações do tempo na surreal
e abstrata vida?

Casado... – seria ele normal?
Mas o que é ser normal no inusitado
mundo desleal? Guerras, idas e vindas,
lições a desvirtuados da paixão, Revolução,
morte, falta de humana compaixão

são quadros incompatíveis ao compatível
sabor da introspecção; beleza, fervor, cor
– fascínios de seu amor psicológico,

cujo mérito é abstrair o horrível,
expressar o indizível e ultrapassar
as barreiras do compreensível.

Cavaleiro Azul é seu codinome, sua arte, religião.
Promoção da sinestesia calorosa da emoção:
seu fardo, sua glória, sua devoção.

Sua arte, sua vida: dois cômodos de interior ligação.
Para além da vida e morte suas obras
canalizam o destino individual de social colaboração.


Shnnya Lacerda
24 de julho de 2010.

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