A estrela dourada
com seus dedos áureos rosáceos
toca os corpos de poeira
num diáfano luminoso
e ainda manhoso
de raiar.
O orvalho despe-se
de seu inebriante ar,
dando vazão ao despertar
que espreguiça-se
nas encostas em que toca;
e de um jeito supersticioso
deixa-se aquentar,
tornando-se bravio e abrasador.
Eleva-se, então, o gigante aos céus.
O arrefecido Titã torna-se
o Apolo das manhãs,
um Zeus.
No entanto, após emanar
bênçãos no cocuruto ao toque
deixa-se arrebatar
pela mimosa e bela cortesã
de várias faces,
que surge encantadora
com olhos instigadores e faceiros
com talhe envolto em névoas
que a deixam com um ar
de fantasia, mistério e sedução.
Assim, o gigante tomba
por desfalecer à simples visão
de sua Musa, a sempre apaixonante,
de lascivo clarão, a Lua.
Shannya Lacerda
25/07/2009
Essa é para os que acordam de manhã expansivos e após uma grande alegria, satisfação ou um deslumbramento esmorecem e ficam anestesiados com tal plenitude, deixando que esse ser extranho que lhe surpreendeu tomem todo o seu impulsivo arfar... viva a beleza então!
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