domingo, 4 de julho de 2010

Fotografia


Minha absorta alma,
congelada na quimera
de um tempo e mais nada.

Preservastes o momento.
Agora escolha uma serventia
alada, cujo sabor voe; cantes
aos mares até que a chuva caia.

Espere a noite chegar, não saia.
Olhe as imagens, pinte-as na memória,
cerre-as no escuro fundo da caixa.

Sonhe-as se quiser.
Dar te lindas lembranças,
é o que posso fazer, de resto mais nada.

Serei sempre a parte esquecida
de um papel sem serventia
deixada junto a outros, ao passado,

à história do nada; sem futuro heroico.
Sou uma simples foto e mais nada.


Shannya Lacerda

Natal, 28/ 06 de 2010.

Um comentário:

  1. Um texto simplesmente,magnífico! Adorei esse poema! Te mando flores de alegria! E pelos seus...siga plantando algumas delas, por esse mundo tão embrutecido e desprovido de amor... Fátima Alves( Poetisa da Caatinga)

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