quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

IR, para voltar

Estou indo, desligando-me do mundo frenético.
Estou indo, abstendo-me de me enfrentar ao espelho.
Estou indo, com o coração partido, entristecido.
Estou indo, mas com a certeza de que poderei ver-me novamente pelo espelho.

Tirarei as roupas, despirei minha pele e a colocarei ao avesso. Passarei nela bom sabão, a botarei ao sol. Minha forma hoje me aturde. Não serei hipócrita, me sinto mal em dizer-te isso, mas a minha ida esconde de mim mesma a verdade em meu intimo escondida. Sou assim o tempo todo; só nas fugas posso não ser; mostrar-me-ei agora. Basta você querer ver.


A máscara que recai sobre minhas verdades com o tempo se esgarçou, as fibras romperam-se.
E por isso preciso ir. Não que o queira, mas por necessidade.
Sei da necessidade de minha alma em escrever,
mas também sei quando é chegada a hora de parar.
Não quero ser a puta velha - incômodo aos descendentes e agregados - quero e preciso ser
a pessoa que sempre fui: decidida, independente, complacente... e tods os entes que mo servir.


Estou indo, desligando-me do mundo frenético.
Estou indo, abstendo-me de me enfrentar ao espelho.
Estou indo, com o coração partido, entristecido.
Estou indo, mas com a certeza de que poderei ver-me novamente pelo espelho.



E assim poder olhar-me aos 40 tendo em vista tudo o que vivi nas horas e doses certas.




por Shannya Lacerda

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