No mundo feminil
a mulher espera
esperançosa por surpresas
que disparem as batidas,
elevando a emoção a mil.
Já no mundo varonil
o homem espera
pelo brinquedo embrulhado
à fitas de cetim, sutiã em forma de taça,
aptos ao ato; não há sequer a tal surpresa
porque eles querem-na receber
e as mulheres sonham em um dia poder
merecer, e assim serem pegas
de supetão pela tal surpresa.
No universo delas o filme talvez fosse
“A procura da felicidade”,
já no másculo universo talvez
entrassem os irresistíveis
contos narrados por uma beldade
vestida de perfume e incensos, uma Sherazade.
Mas seja como for não há entre esses mundos
distância geográfica, como lua e sol, mas uma
espiritual do tipo em que se juntam quando há
em comum:
a sede do copo,
a fome do corpo,
a vontade do corpo por penetrar o copo
e o copo a ser enchido de corpo.
A fome de ambos diminui as diferenças.
A sede de ambos diminui as distâncias.
Universos tão distantes
e tão perto por um mero – mas infinito
em seu deleite – momento.
Entretanto após tudo saciar-se
voltam os mundos a se afastarem,
a se desligarem pelo mero capricho
de novamente se unirem!!!
por Shannya Lacerda
Natal, 29/12 de 2010.
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