sexta-feira, 7 de maio de 2010

Criança imolada

Ouve-se um choro longe,
um gemido alucinante,
é a navalha brilhante
que imola a jugular de um infante.

Após o jugo, o algoz em transe
bebe seu ardente sangue,
como das pequeninas partes
e brinca com o sexo ainda indisperto.

A criança coitada, imolada,
não é mais nada
que a lembrança pálida
de alguém que inocente,
fora sacrificada

desalmado humano, deixou
na vista do pai, o desengano;
no seio da mãe, um cancro;
e na sociedade, a mazela
da impunidade.


Shannya Lacerda
Natal, 07/ 05 de 2010.

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