quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

IR, para voltar

Estou indo, desligando-me do mundo frenético.
Estou indo, abstendo-me de me enfrentar ao espelho.
Estou indo, com o coração partido, entristecido.
Estou indo, mas com a certeza de que poderei ver-me novamente pelo espelho.

Tirarei as roupas, despirei minha pele e a colocarei ao avesso. Passarei nela bom sabão, a botarei ao sol. Minha forma hoje me aturde. Não serei hipócrita, me sinto mal em dizer-te isso, mas a minha ida esconde de mim mesma a verdade em meu intimo escondida. Sou assim o tempo todo; só nas fugas posso não ser; mostrar-me-ei agora. Basta você querer ver.


A máscara que recai sobre minhas verdades com o tempo se esgarçou, as fibras romperam-se.
E por isso preciso ir. Não que o queira, mas por necessidade.
Sei da necessidade de minha alma em escrever,
mas também sei quando é chegada a hora de parar.
Não quero ser a puta velha - incômodo aos descendentes e agregados - quero e preciso ser
a pessoa que sempre fui: decidida, independente, complacente... e tods os entes que mo servir.


Estou indo, desligando-me do mundo frenético.
Estou indo, abstendo-me de me enfrentar ao espelho.
Estou indo, com o coração partido, entristecido.
Estou indo, mas com a certeza de que poderei ver-me novamente pelo espelho.



E assim poder olhar-me aos 40 tendo em vista tudo o que vivi nas horas e doses certas.




por Shannya Lacerda

O momento de união dos sexos

No mundo feminil
a mulher espera
esperançosa por surpresas
que disparem as batidas,
elevando a emoção a mil.
Já no mundo varonil
o homem espera
pelo brinquedo embrulhado
à fitas de cetim, sutiã em forma de taça,
aptos ao ato; não há sequer a tal surpresa
porque eles querem-na receber
e as mulheres sonham em um dia poder
merecer, e assim serem pegas
de supetão pela tal surpresa.
No universo delas o filme talvez fosse
“A procura da felicidade”,
já no másculo universo talvez
entrassem os irresistíveis
contos narrados por uma beldade
vestida de perfume e incensos, uma Sherazade.



Mas seja como for não há entre esses mundos
distância geográfica, como lua e sol, mas uma
espiritual do tipo em que se juntam quando há
em comum:
a sede do copo,
a fome do corpo,
a vontade do corpo por penetrar o copo
e o copo a ser enchido de corpo.

A fome de ambos diminui as diferenças.
A sede de ambos diminui as distâncias.
Universos tão distantes
e tão perto por um mero – mas infinito
em seu deleite – momento.

Entretanto após tudo saciar-se
voltam os mundos a se afastarem,
a se desligarem pelo mero capricho
de novamente se unirem!!!

por Shannya Lacerda
Natal, 29/12 de 2010.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Há horas


Há horas para tudo! Já dizia minha mãe.
E sendo eu mulher:... duplico essa capacidade das horas de inflamar os meus afazeres.
Agora, por enquanto, escrevo, mas não se passaram aqui horas.
E se se essa questão de horas for eufemismo, metáfora, engodo?
E se todo o resto for um jeito simplório de acabar com o ócio?
Mas o que seria o ócio, se não há tempo disponível, com exceção daquele da rede?

Há horas em que queria morrer, mas não seria qualquer morte! Seria aquela igualmente deliciada após uma taça de vinho divina; em que um degustador olha para o outro com aquele olhar de enlevo, de nostalgia pelo fim, e pergunta-se intimamente pelo porvir.

Quero aquela morte em que se morre lentamente após a explosão, para depois reviver de um modo diferente, mais suada, mais amada. Quero aquela morte diária amenizada pelo êxtase de se mirar os olhos amados. Quero morrer após rolar todos os espaços do vidro da champanhe.

Agora, por enquanto, escrevo. Devo morrer após o ponto, mas renascerei na próxima ideia e assim renascerei pelos dias me perguntando se há verdadeiramente horas para tudo, ou se simplesmente morrerei, quando de fato minha matéria morrer?

Há horas para tudo, já dizia minha mãe! Por enquanto quero morrer tal qual deguste do último gole dado, a força, na taça – metáfora da vida que se esvazia, mas que se renova de um modo peculiar, experimentando e sendo experimentada sempre em novas teorias, estratagemas singulares da vida.


por Shannya Lacerda

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Quando? Acordo...


Acordo. A manhã banha-me,
dourando de sol o fogo
dos meus cabelos;
meu corpo vai reagindo ao calor
que a noite, em partes, esfriou.
Acordo, levanto. Mas ainda de fato
não acordo, recuso deixar as dobras,
os sulcos, as fissuras do desarrumado
das cobertas em minha cama.

Recuso pôr roupas e sair,
desfilando, definhando
até a noite, finalmente, cair.
Recuso a vida desse jeito e todos
os atos que dela vem, cujo ensaio
é permanente – inrevivível – .
É soa estranho, mas a vida toda
queremos o estranho, queremos
o inusitado, o sair da rotina.

E quando acontece... ah quando
acontece finalmente acordo. Abro
as janelas, visto a roupa mais alegre
e dou a volta por cima; riscando do
meu salto os novos traços, atos
de minha vida. Aí sim:... Acordo!



por Shannya Lacerda

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Desilusão

A desilusão vem de todos os cantos.
A desilusão está em todos os cantos.
A desilusão é o próprio canto.
Ela é a ilusão desfeita;
despedaçada, qual pétala
de rosa em punho cerrado;
quebrada como vidro,
esfolada como um corte no baço.

A desilusão grita de um canto
de dentro de nós, que não tem espaço
definido, tem apenas a nostalgia
de um sonho lindo que (por insensatez) se acaba.
Porém a desilusão não significa
o fim de tudo, mas um recomeço.

A desilusão no peito continuará,
porém não mais terá o mesmo sentido,
pois mudar-se-á de estação a visão turva;
o significado agora de dor, dará lugar
ao esquecimento, ao amarelamento
das páginas vivas da memória.

A desilusão não significa que algo externo
quebrou, mas que mudou-se a visão do
terreno, do fumê à cor. No começo inculta,
depois e cada vez mais sábia nossa vida
vai se quebrando e reconstruindo, até que um dia...
se quebra de vez! E dessa vez a quebra não virá
de fora, mas do suspiro de nossa consciência a
nos alarmar sobre os dissabores dos erros.

A desilusão abre o mar de água,
que não cessa, suspira sussurros, bafos na janela.
No vidro a lágrima rolando, no peito a dor corroendo.
E assim a dor vai migrando, levando-se embora
pela janela, onde deitam-se as águas,
e esta imóvel deixa-se ser o apoio, o amigo
leal, que nas horas vadias espia o mundo
e nas tristes vela o rio que escorre, que vaza
insano, que decai-se em pranto.

A desilusão, doce ilusão, ato de iludir-se para não dar vazão à razão!


por Shannya Lacerda
Natal, 19/12 de 2010.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Ao Feliz... que traz felicidade!

Bem, pensei no que dizer a respeito, escrevi isso, espero que sirva ao contentamento. Não que seja digno, mas pelo menos tentei o escrevível...

Poderia ser, estar
nos confins da moda;
na poeira amarelada,
que corroem os velhos livros.
Poderia ser o desgraçado cupim
a carcomer a mobília de teus sentidos junto a mim.
Entretanto sei que mesmo não
sendo a musa de teus cantos
faço parte de alguma parte de ti.
Pois lembrastes nesta data
e me oferecesse a inusitada e inesperada
felicitação posta aqui no meu eletrônico jardim.

Ou talvez nem tampouco isso.
Talvez tenha sido a consciência
de sua Educação que o impeliu,
ou talvez mandastes a todos de tua lista
sem sequer separar o joio do trigo.

Boa ideia, talvez também faça isso!

Mas por enquanto sinto-me feliz
e honrada em poder retribuir um simples Feliz...
Pois sou contente em me fazer presente,
mesmo que indiretamente,
nas tuas listas e no e-mail que agora envias pra mim!

Tenha um Feliz... bem feliz meu amigo poeta,
mestre e companheiro entusiasta
do escrever lendo e do lendo sentindo
formigamentos, turbilhões e arco-íris
na íris do pensamento!


O primeiro destinatário desse escrito foi Márcio de Lima Dantas, meu professor e entusiasta; devo muito a ele e por isso dedico-me a escrever-lhe e pondo aqui, o digo a todos o quanto o admiro, mesmo que ele não dê a esse fato importância!


por Shannya Lacerda

Em segundos, transformação

Uns tem 11, outros 10, outros 1000
palavras para dizer o que se sentiu
no momento que o toque beijou a face
e o sentimento rasgou a caixa que o guardava.
Outros talvez não consigam, no entanto, dizer sequer um balbucio surdo.
Pois o peito estrangulou a passagem de ar que empurrava as palavras...
Saqueou a virgindade dos arrepios a que se seguem o estremecimento.
Matou a infância das primeiras lembranças.
Subjugou o destino a que se seguiam as novas memórias.
E a infância de outrora foi em segundos substituída pela face, pelo nome Amor.
E o primeiro beijo soube ser o algoz da inocência.
Morreu, matou-se em partes o peito.


por Shannya Lacerda
Natal, 25/12 de 2010
Nasceu, nasceu-se as cadências dos belos e primeiros amores.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Às anjas da vida louca e real!!!

Ai que me senti importante em saber que acrescento algo a esta conta invisível, mas substancial às nossas singularidades compartilhadas...
É sempre bom contar com alguém... contamos cada uma com a misturinha brasileira... Uma de cada cor, uma de cada sabor, mas infelizmente uma com cada dor... Porém três para aguentar cada dor de uma vez.... rsrs ou todas de uma vez só!!!
E amiga (s) como já foi bem dito as vossas amizades pré históricas se juntaram à minha cavernice!!! rsrs
Amo muito as duas e espero tê-las sempre por perto!!!

ps.: Dizer que meu porto seguro está nas amarras de homem É UM ERRO!!! esses caralh......s em nada têm a delicadeza da escuta, os versos da canção frouxa e/ ou larga ao riso, a solidariedade dos hormônios e sei: nunca (nos) comerão!!! Rrsrs


Quero meu riso, minha dor,
quero os versos paupérrimos de meu simplório amor,
quero a ferida alegra das manhãs compartilhadas
quero o amor das minhas amigas, irmãs, e mais nada!!!
pq de resto eu corro atrás com choros, risos, fantasias
ilusões que aportam na chegada e continuam na saída da balada,
mas que são amenizadas pelo sorriso doce de loira gelada,
pelo prazer exótico da baiana faceira a cantar alegrias
e pelas ......... da ruiva afrescaiada que compartilha
de uma só vez ...... chuvas, sóis, outonos, e primaveras contagiantes
pelo prazer de estarmos todas juntas na brincadeira constante de ser feliz!!!

bjuz meninas e amo, amo muito vocês!!!
att,
a ruiva!

domingo, 12 de dezembro de 2010

Aonde

Aonde vai tanta gente a desfilar carinhos?,
Aonde vai tanta gente a exibir talentos?,
Aonde vão aquelas moças constantes?...

Ah... já sei!, se vão no rio perene de minhas ideias,
de minhas vontades. Naquelas que como rio vão e não voltam mais!


por Shannya Lacerda

Violeiro


Cantes uma canção para mim?!
Cante algo sublime, algo que seja só pra mim;
que sem queixumes te darei minha rosa
e nunca mais precisarás tu de outra folga!


Cante para mim:
nada de jilós ou alecrim
nada de terra ou de cidade abafada
nada de mar ou de histórias de pescador que ama.


Cante para mim,
algo que só você e eu sabemos, vamos invente algo assim;
soletre nos versos da canção a inesperada
comoção do coração para mim, sua amada!


Cante, cante algo para mim?!
Por que não cantas para mim?
– Porque meu peito estufa a golfadas
cada vez que olhas para mim, viola safada!


..............................................................................................................



Cada um com seu par.


Cada um com sua soma estreita de vida.


Cada um com seu destino a procurar


um anjo em sua vida,


para tirar do sufoco e da agonia de se estar


muitas vezes só. Nessa quebradura de ossos constantes, a que chamamos vida!



por Shannya Lacerda

Natal, 12/ 12 de 2010.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O sonho interrompido

No som do silêncio das vozes
escuto você a me chamar,
a me dizer, a me beijar.
Mas o passarinho lá fora
está a assobiar...
Pronto já sei: meu sonho acabará!
As imagens se enegrecerão
junto às vozes silenciadas,
que aguardarei para rever.
Pretendo começar de onde parei,
mas se assim não o for
– de preferência que seja longe
   desse moribundo tear. Ora, que
   inferno esse despertador!



/Buff.../

...................

por Shannya Lacerda

Natal, 10/12 de 2010.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Da paciência de absorver















Absorvendo, absorvo
Absorvente, estorvo
Absorvido, trabalho concluído
Absorvivendo, vivo no trabalho
                       dos dias escusos me corroendo, pensando até onde minha superfície aguenta não transparecer o saco cheio de te absorver?

Absorvendo, esborrotei...
                        minha vida molhei e meus sonhos sujei.

                        Mas espero que você logo de mim se vá, ou então que te absorva tanto que, em mim, de você nem partículas poeirentas sobre.

Absorvendo, absorvo
                        e nessa vida de transtornos: vivo absorvente, para que você logo vire de mim excedente, cuja o absorvivendo de mim se assegure e o excedente logo vire restos, passados no estrume.

Absorvendo, esborrotei
                        e o excedente fora enfim joguei!

por Shannya Lacerda

Natal, 10/ 12 de 2010.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Loucos, enlouquecidos, enlouqueci!
Foram olhos loucos que olharam para mim.
Mas não foram os de volúpia.
Foram os que olham-me
e dizem com sorriso amarelo
estampado no rosto
Carpe-diem!!!
E o meu juízo, já não tão perfeito,
confunde-se como onda pronta
ao embasbacamento.
E de repente miro a onda.
Não consigo. Surfo na onda,
na mesma onda que carrega meus delírios.
Entregando-me sem culpa ao sentido
libertino e liberal do
Carpe-diem! 

por Shannya Lacerda

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Olhos campestre, vendo o vale;
relendo as letras de toda minha poesia.
Olhos cativos, vendo a lua;
relendo nas estrelas toda minha angústia.
Pois deixei no vale
das esperanças todo o meu coração e alma nua,
para que no vir da última onda: o vale
do meu coração escrito na areia molhada sob a lua
possa perder-se, apagar-se ou quem sabe grafar-se tua
na conjuntura do teu ser, das tuas brumas, da tua alma já nua.
por Shannya Lacerda

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Superação

Foi querendo fugir,
que simplesmente voltei;
foi simplesmente querendo sumir,
que em sua cama deitei...

e mesmo tendo um sono leve,
e mesmo sem querer ir...
sai da cama, te fitei e voo levantei.

Sem olhar para trás então te deixei,
sem deixar esperanças a me alcançar...
nunca mais voltei!

*versos das músicas "Eu te amo" e "Trocando em miúdos" de Chico Buarque.
"se confundimos tanto as nossas pernas, diz com que pernas eu hei de partir",   
"não vou lhe cobrar pelo seu estrago, meu peito tão dilacerado",  

Mas lembro a você, que há sempre o outro lado da moeda... 
O desatar de um amor não como mágoa ou desamor, deixa seu rastro de ruínas abandonadas, mas também deixa um eco longínquo, como um amor que muda...
que em renovação deixa seu ar de perdão, de plenitude, de superação!



por Shannya Lacerda 
Natal, 05 de dezembro de 2010.
Olá amiga, Formosa Flor...

Só para constar:
Há dias que acordo, meus olhos ainda semicerrados teimam em não ver que o que ficou foi sonho e o dia que começa é a promessa de felicidade, renovada fantasia de viver...E a isso você não pode se furtar. Pois é constante o delírio e o fragor de amar. Amar não apenas a um único ser, mas a todos que, de uma forma ou de outra, preenchem os espaços vazios de nossa alma, indiscutivelmente, solitária, muito embora estejamos constantemente acompanhada. Sendo assim, com a dor encetada no peito, dilacerando a agonia é que te digo amiga que só você pode encontrar ou reencontrar a delícia de viver, mas saiba que eu como amiga sua, estou aqui para o que der e vier.
Sempre acompanhando os suspiros de sua alma cativa à sobrepujante aventura do deixar-se levar pelos sentimentos. Destarte, agradeço aos jardins do mundo pelo presente dado aos transeuntes de tua vida pela tão formosa flor que tu és!
Atenciosamente,
Orquídea 

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Diferenças Sútis













Por que cultuamos tanto as diferenças? Se em nós mesmos nada há de igual tão pouco de coerente! Se a diferença... ela, por si só, é ontológica, social, mundanamente cultural. Ó que pecado chamar de diferente aquilo que brilha, chama atenção, carrega emoção, cria asas e traz à reflexão. Quem cria tais parâmetros? Visto que eu chamo de diferente aquelas roupas ridículas, que insistem em chamá-las de moda. Também quem manda os feios carregarem tanta carga invisível?! Isso é mesmo coisa rizível, uma vez que a relatividade é a mãe das óticas, das saliências, das anêmicas estribeiras; e a diferença: um substantivo banal a carregar uma pistola e um punhal...

E no amor as diferenças marcam o enlevo...do sol com a chuva, do vento com o mar, num ar de ambrosias e sussurros apaixonados a pairar. E assim, completanto o bem casado: o mundo bipartido encontrar-se a fim dos pólos juntar, e cuja felicidade irradiada alastra-se dos vales às campinas, gerando frutos de química pura quando os corpos estão a flertar.

Shannya Lacerda
...........

Pra você felicidade é
Relva tenra que cresceu no chão
Mas pra mim é fruta que no pé
Se oferece ao olho, à boca, à mão
Pra você toda a tristeza vem
Quando o sol descamba para o mar
Mas pra mim só quando não se tem
Para onde dirigir o olhar
Então nós dois
Sutis diferenças
Vamos combinar
Não pra saber
Quem vence ou não vence
Mas que luz vai dar
Pra você a vida deve ser
Como um rio que corre sem parar
Mas a mim não importa o correr
E sim o refletir, o luar
Pra você o medo vem do céu
Ou do Deus que não se mostrará
Mas pra mim o medo vem de eu
Não saber sequer se algum Deus há
Então nós dois
Sutis diferenças
Vamos combinar
Não há no amor
Quem vença ou não vença
Mas que luz vai dar 


Sútis Diferenças de Caetano Veloso.